A Tanásia
“Dê-me
um cheeseburger, por favor.
Dê-me
um cigarro, eu pago.
Dê-me
um estrago estomacal,
Uma
úlcera mortal,
Um
câncer, que tal?
Nada
de mau, concordam?”
A
proteína está frita
A
gordura está cardíaca
A
fumaça cancerígena
Suicídas-capitalistas,
hipócritas suicidas.
Moralistas,
suicidas até a última gota
De
Coca ou Pepsi (Sua preferência)...
O
suicídio é meu: de qualquer forma,
Em
qualquer caso.
O
corpo?
É
meu!
Me
mato! Me aborto! Me desfaço!
A
morte-capital é legal, é moral, é status!
Mas
e a morte bem vinda?
A
morte-fim da dor infinda?
Eu
estou na terra de Tanásia
Observo
os habitantes, mortos para todos os efeitos
Em
cântico sem ânimo:
“Suicídio,
suicídio meu!
Quem
manda na minha vida -e morte- mais que eu?”
Gabriel
M. J. Lopes 31/05/2014